quarta-feira, 27 de novembro de 2013


Perspectivas para a educação em nosso tempo
Estar on-line não significa estar incluído na cibercultura. Internet na escola não é garantia da inserção crítica das novas gerações e dos professores na cibercultura. O professor convida o aprendiz a um site, mas a aula continua sendo uma palestra para a absorção linear, passiva e individual, enquanto o professor permanece como o responsável pela produção e pela transmissão dos "conhecimentos". Professor e aprendizes experimentam a exploração navegando na Internet, mas o ambiente de aprendizagem não estimula fazer do hipertexto e da interatividade próprios da mídia on-line uma valiosa atitude de inclusão cidadã na cibercultura. Assim, mesmo com a Internet na escola, a educação pode continuar a ser o que ela sempre foi:
distribuição de conteúdos empacotados para assimilação e repetição.

De que modo traduzir as quatro exigências da cibercultura em prática docente, em aprendizagem
significativa? Cada professor, com seus aprendizes, pode criar possibilidades, as mais interessantes
e diversas. É tempo de criar e partilhar on-line soluções locais. É tempo, até mesmo, de reinventar a
velha sala de aula presencial "infopobre" a partir da dinâmica hipertextual e interativa das interfaces
on-line.
A dinâmica e as potencialidades da interface on-line permitem ao professor superar a prevalência
da pedagogia da transmissão. Na interface, ele propõe desdobramentos, arquiteta percursos, cria
ocasião de engendramentos, de agenciamentos, de significações. Ao agir assim, estimula que cada
participante faça o mesmo, criando a possibilidade de co-professorar o curso com os aprendizes.
Em lugar de guardião da aprendizagem transmitida, o professor propõe a construção do conhecimento
disponibilizando um campo de possibilidades, de caminhos que se abrem quando elementos são acionados
pelos aprendizes. Ele garante a possibilidade de significações livres e plurais, e, sem perder de vista a
coerência com sua opção crítica embutida na proposição, coloca-se aberto a ampliações, a modificações
vindas da parte dos aprendizes. Assim, ele educa na cibercultura. Assim, ele constrói cidadania em nosso
tempo.

Um comentário:

  1. Oi Eliane: bacana o texto.

    Vejo nas novas tecnologias possibilidades de rever as relações e outros aspectos que estão engessados na educação presencial.

    A aprendizagem colaborativa é um destes aspectos. Tomara que esta possibilidade seja bem explorada no ensino à distância e ajude a repensar os cursos presenciais também.

    Boa sorte, lindo o blog. Abê.

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